Desde da primeira Revolução Industrial ocorrida no século XVIII, a forma que o homem produz seus bens vem cada dia mudando. Processos cada vez mais complexos e instrumentalizados oferecem maior segurança nas linhas de produção, evitando por exemplo a ocorrência de acidentes graves como incêndio, explosões e grandes emissões de produtos tóxicos. De acordo com a Convenção n° 174 da Organização Internacional do Trabalho – OIT, esses acidentes são designados como “acidentes maiores”, envolvendo uma ou mais substâncias perigosas e que implica grave perigo, imediato ou retardado, para os trabalhadores, a população e o meio ambiente.

Ainda assim, mesmo com toda tecnologia empregada como sistemas de intertravamento lógicos e físicos ou ainda procedimentos operacionais bem desenvolvidos, os acidentes podem ocorrer, exigindo da empresa o emprego de recursos humanos e materiais capazes de mitigar os efeitos desses acidentes. Em suma, há a necessidade de se manter um brigada de emergência ativa para alcançar esse objetivo.

No Brasil, duas normas importantes são utilizadas para definir o treinamento bem como as ações das brigadas de emergência. A ABNT NBR 14276:2006 – Brigada de Incêndio estabelece entre outros requisitos a composição, formação e implantação de brigadas de incêndio, de modo a preparar as equipes para atuar na prevenção e no combate a incêndio, abandono de área e primeiros socorros, visando em caso de sinistro proteger vidas e patrimônio, reduzindo as consequências sociais e danos ao meio ambiente. Já a ABNT NBR 15219:2005 – Plano de Emergência contra Incêndio estabelece os requisitos para a elaboração, implantação, manutenção e revisão de um plano de emergência contra incêndio. Além dessas, ainda há os COSCIP- Código de Segurança contra Incêndio e Pânico e demais Instruções Normativas, que em alguns estados da federação é exigida a constituição dessa equipe.

De forma a mostrar a importância, abaixo há três situações emergenciais ocorridas recentemente com uma breve descrição, onde a ação da brigada de emergência foi decisiva para mitigar os efeitos do incêndio:

1. No Ceará, incêndio atinge pátio de matérias-primas de carvão mineral da Siderúrgica do Pecém

Um princípio de incêndio foi registrado na tarde de segunda-feira (28) na Companhia Siderúrgica do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, Região Metropolitana de Fortaleza. Segundo a empresa, as chamas iniciaram por volta das 13 horas, no pátio de matérias-primas, num equipamento de transporte interno de carvão mineral. O Centro Integrado de Emergência foi acionado e controlou a situação. Houve apenas danos materiais e a operação da empresa não foi afetada. As causas do incidente estão sendo investigadas.

2. Tanque de etanol explode em usina e uma pessoa fica ferida em distrito de Jaú (SP)

Um tanque de armazenamento de combustível etanol explodiu em uma usina de Potunduva, distrito de Jaú  Segundo os bombeiros, um funcionários ficou ferido. De acordo com os responsáveis pela usina, o tanque estava vazio no momento da explosão. Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, as chamas foram controladas com a ajuda da Brigada de Incêndio da usina. Após o fogo ter sido controlado, foi realizado o esfriamento do tanque.

3. Explosão mata funcionário em destilaria de álcool de Jandaia

Uma destilaria foi atingida por uma explosão na manhã desta quarta-feira (29), em Jandaia, a 120 km de Goiânia. Por conta do acidente, o auxiliar de serviços gerais Natan da Silva, de 19 anos, que trabalhava no local, morreu. Ao menos outras três pessoas foram socorridas e levadas para hospitais da região.  Em nota, a Denusa Destilaria Nova União S/A lamentou a morte do funcionário e informou que a explosão ocorreu no pré-evaporador na indústria. Os próprios brigadistas da empresa foram quem apagaram as chamas. Três pessoas foram socorridas e levadas para dois hospitais de Indiara.

É evidente, que antes de tudo é necessário se trabalhar na prevenção. Sistemas bem dimensionados e mantidos são fundamentais para que ocorrências como essa não pudessem acontecer. Mesmo assim, o investimento em brigadas de emergência torna-se importante, para diminuir os prejuízos causados pelo evento emergencial, como pudemos mostrar nas reportagens mostradas. O empresário ou gestor industrial ainda tenham dúvidas sobre a real necessidade de manter profissionais treinados e dedicados a emergência, esses exemplos elucidaram esse questionamento. Mais do que a necessidade de cumprir uma norma ou legislação, a preservação de vidas humanas e a continuidade do negócio está em jogo.

Esse conteúdo também foi divulgado no meu canal no Youtube. Assista aqui!

Além do Youtube, estamos também no Instagram e no Facebook. Siga o “Bombeiros Industriais” nas redes sociais.