Os Raios-X foram descobertos em 1895 por Wilhelm Conrad Roentgen(1845-1923), físico alemão. Embora exista uma boa quantidade de relatos creditando à descoberta um cunho acidental, algumas pesquisas demonstram que o disciplinado físico estudava efeitos relacionados aos raios catódicos1 – efeitos luminosos em tubos, causados pela aplicação de eletricidade.

Independente desta celeuma histórica, é inegável que a descoberta foi formidável. Tal feito foi considerado a descoberta que mais gerou matérias e coberturas da imprensa, bem como a que mais movimentou a comunidade científica, com vantagem até sobre a Teoria da Relatividade, de Einstein.

O fato de tanta notoriedade, sem dúvida é creditado ao avanço nos procedimentos médicos, que a descoberta poderia e de fato trouxe.

Os Raios-X, gerados por equipamentos eletromagnéticos, são formas de energia classificadas como radiações ionizantes, com características capazes de “arrancar” elétrons dos átomos que formam os tecidos, podendo desta forma causar disfunções em organismos vivos.

A própria história de sua descoberta acaba cobrando um preço alto de seus pioneiros, acometendo-os de efeitos adversos que logo foram associado ao uso dos Raios-x em altas doses.

Com o passar dos anos e a evolução científica, baseada em pesquisas, os equipamentos de Raios-x receberam itens que atenuam o seu risco, como filtros, intensificadores de imagens (ecrãs), controles de parâmetros de exposição, colimadores, etc. Além desta tecnologia criaram-se, também, medidas de proteção radiológica sendo que atualmente destacam-se as normas NN 3.01 da CNEN – Comissão Nacional de Energia Nuclear, a Portaria 453/98 da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e mais recentemente a Norma Regulamentadora – NR 32 do MTE Ministério do Trabalho e Emprego.

Enquanto a CNEN e a ANVISA determinam os fatores de proteção tanto ao paciente que se submete a exames quanto a equipe de profissionais, o MTE foca seus esforços na proteção dos trabalhadores, mas não deixa de observar as normas e portarias anteriores como referência.

Não há como dissociar a proteção do paciente daquela de quem opera o equipamento, pois ao passo que a radiação que atinge o primeiro, “reflete” diretamente no segundo. Embora seja sabido que esta dose “refletida” tem uma substancial redução, sabe-se também que a exposição do profissional é habitual, pois todos os dias ele a recebe, diferente do paciente que realiza um ou outro exame em determinado período. Portanto todo o esforço de otimizar a dose de radiação durante o exame ao mesmo tempo também reduz a curva de exposição ocupacional do trabalhador. É um bem a todos!

Um programa de proteção radiológica terá muito sucesso se observar em seu conteúdo, entre outros, os seguintes requisitos:

1 – Analisar, otimizar e padronizar os menores parâmetros possíveis em cada exame realizado sem perder o essencial, a imagem, que deve permitir ao médico chegar a um diagnóstico Seguro;

2 – Submeter os equipamentos aos testes preconizados, garantindo o mínimo de qualidade;

3 – Submeter os ambientes a monitoração garantindo ao indivíduo do público, que circula nas proximidades das salas de radiação, não receber doses desnecessárias;

4 – Capacitar as equipes que realizam os exames de forma a usar os equipamentos em potência, tempo, distâncias, colimação e outros parâmetros otimizados, garantido boas práticas e o mínimo de dose, porém com recurso de diagnóstico aceitável;

O paciente e a equipe de realização de exame devem ter certeza que o procedimento utilizando os Raios-x tenha a menor dose possível, atendendo a um princípio conhecido como ALARA (As Low As Reasonably Achievable), tão baixo quanto razoavelmente possível. Os profissionais devem buscar esta excelência e o paciente certificar-se com a equipe responsável pelo seu procedimento.


1 Os raios catódicos permitiram a descoberta do elétron, fato que constituiu a origem da Física Atômica.
Os raios catódicos são elétrons, que são arrancados do catodo por causa da diferença de potencial existente entre o catodo e o anodo, e são atraídos pelo anodo. http://efisica.if.usp.br/moderna/conducao-gas/cap1_08/ (18/02/2018)


Raios X podem ser produzidos quando elétrons são acelerados em direção a um alvo metálico. https://www.if.ufrgs.br/tex/fis142/raiosx/rxconc.html (18/02/2018)