O AVC – Acidente Vascular Cerebral, popularmente conhecido como derrame cerebral, é uma emergência cardiovascular, ou seja, ocorre devido a problemas no sistema circulatório e atinge os vasos sanguíneos do encéfalo (composto tronco cerebral, cerebelo e cérebro, daí a atualização do nome para Acidente Vascular Encefálico – AVE).
O cérebro funciona a partir de impulsos elétricos e, para que ele consiga desempenhar bem o seu papel de controlar o sistema nervoso, ele depende de oxigênio, que chega às células por meio do sangue através dos vasos sanguíneos. Quando, por algum motivo, o sangue não chega à essas células, temos um derrame.
Existem dois tipos de AVC: o isquêmico, que é quando um entupimento das artérias do encéfalo interrompe o fluxo sanguíneo, levando o tecido não irrigado a uma necrose, ou o hemorrágico, que é quando um destes pequenos vasos que irrigam o encéfalo se rompe, causando uma hemorragia (o que leva a um aumento da pressão intra craniana).
– AVC em números
O AVC é a emergência cardiovascular que mais mata no Brasil (em segundo lugar está o IAM – Infarto Agudo do Miocárdio), e é a principal causa de incapacidade de trabalhadores em todo o mundo. Até mesmo doenças temidas como o câncer ou o AIDS – Síndrome da Imunodeficiência Adquirida estão atrás dele.
Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde mostram que 16 milhões de pessoas são afetadas todos os anos, sendo que 6 milhões morrem. Cerca de 70% das pessoas não retornam às suas atividades devido sequelas, e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia.
Os casos mais comuns de derrame são do tipo isquêmico: representam 85%, e a previsão, segundo a World Stroke Organization (Organização Mundial do AVC) é que uma a cada seis pessoas no mundo terão um AVC ao longo da sua vida.
– Fatores de risco
Diabetes (nível de açúcar no sangue elevado), tabagismo (responsável por 25% dos casos), sedentarismo, má alimentação, hipertensão e colesterol alto são fatores que contribuem para o aumento das chances de uma pessoa sofrer um derrame. Logo, ter uma alimentação saudável, manter o peso ideal, fazer atividades físicas e não fumar previne a doença.
– Reconhecendo um AVC
Quanto mais cedo uma vítima de AVC for atendida, maiores são as chances de sobrevivência e o não desenvolvimento de sequelas.
A vítima de AVC pode apresentar, além da dor de cabeça súbita, dificuldade para falar, movimentar-se, fazer força e até mesmo desmaiar.
Para facilitar a rápida identificação, devemos nos lembrar da palavra SAMU, onde faremos a seguinte analogia:
S = SORRIR: peça para que a vítima dê um sorriso. Nesse caso a, a vítima deve perder a expressão facial, ficando com a boca torta;
A = ABRAÇAR: peça para que a vítima dê um abraço em você. Ela não terá força para elevar os braços, e caso consiga, eles ficarão desalinhados;
M = MENSAGEM: neste momento, a vítima deverá falar uma frase. Geralmente há uma dificuldade em falar palavras difíceis e a vítima pode ate mesmo apresentar-se confusa;
U = URGÊNCIA: por fim, ao apresentar um destes sintomas, você pode estar diante de uma vítima de AVC, estando diante, portanto, de uma urgência. Ligue imediatamente para o SAMU, através do telefone 192 e peça ajuda!
– Primeiros socorros
Após acionar o serviço de emergência, você deve deixar a vítima deitada com a cabeça elevada, diminuindo assim o fluxo sanguíneo na cabeça. Coloque a cabeça de lado para escoar fluídos e a mantenha aquecida.
Caso a vítima desmaie, coloque-a em posição de recuperação, que consiste em lateraliza-la, facilitando a respiração e evitando a broncoaspiração de líquidos.
Se necessário, aplique as manobras de RCP – Reanimação Cardiopulmonar. Faça 120 compressões por minuto no centro do tórax, entre a linha dos mamilos, comprimindo o mais forte possível.