Indústrias petroquímicas como refinarias, são classificadas como indústrias de processo. Esse tipo de planta oferece os mais diversos tipos de riscos de acidentes. Falhas de máquinas, problemas de processo, erros humanos, sistemas de gerenciamento inadequados e fatores externos podem causar acidentes como explosão, liberação química tóxica e incêndios que colocam muitas vidas em jogo. Esses acidentes têm o potencial de causar grande número de mortos, danificar os ativos e o meio ambiente, bem como causar interrupção dos negócios da indústria (Crowl et al., 2011).
De acordo com Broadribb (2014), as consequências decorrentes de tais acidentes podem ser gerenciadas adequadamente se a organização implementar um sistema de Plano de Resposta à Emergência efetivo. Segundo Joseph (2004), em vários acidentes investigados pelo CSB – Chemical Safety Board nos Estados Unidos, a maioria dos eventos de emergência causaram exposição perigosa ao meio ambiente. A falta de resposta de emergência à comunidade levou a atraso na evacuação, expondo mais vidas aos perigos associados à liberação química, incêndios ou explosões.
Segundo Zhou (2013), de modo a reduzir os danos à propriedade e a perda de vidas após o acidente, a eficiência da organização e operação da resposta de emergência é muito importante. Para garantir rapidez, implementação ordenada e eficaz de ações de emergência e salvamento, o plano de emergência é geralmente pré-estabelecido. Ele estrutura a organização de emergência, pessoal, tecnologia, equipamentos, materiais, ações, comandos e coordenação de antemão. A avaliação do plano de emergência tornou-se um requisito essencial para melhorar a execução e o planejamento do plano.
Diversas organizações, sejam governamentais ou não, orientam as empresas a estruturar Planos de Resposta à Emergência. No Brasil, a ABNT NBR 15219:2008 – Plano de Emergência Contra Incêndio orienta a elaboração de documento, formaliza e descreve o conjunto de ações e medidas a serem adotadas no caso de uma situação crítica, visando proteger a vida e o patrimônio, bem como reduzir as consequências. Situações críticas resultam em lesão a pessoas, danos ao meio ambiente, danos aos equipamentos e/ou estruturas e/ou paralisação de atividades. O plano de emergência deve ser elaborado formalmente por uma equipe multidisciplinar, liderado por um ou mais profissionais especializados. De acordo com a NBR, a construção do plano deve levar em consideração diversas informações. Como por exemplo, podemos citar, o tipo de ocupação, aspectos construtivos (estrutura, acabamento, revestimentos), dimensões (área total, área construída, pavimentos, etc.), população fixa e variável, recursos materiais e humanos, rotas de fuga, entre outras informações.
Após o levantamento das características da planta e da localidade, o profissional especializado deve realizar a análise da planta, com o objetivo de minimizar, controlar e/ou eliminar todos os riscos e perigos existentes. Com o levantamento das características e das análises de riscos e perigos, o profissional especializado deve realizar uma avaliação de conformidade e de compatibilidade quantitativa e qualitativa dos recursos materiais e humanos existentes na planta, bem como os recursos de apoio externo disponíveis para o atendimento das hipóteses acidentais. Dessa forma, observa-se como os Planos de Resposta à Emergência, se bem estruturados e efetivos, podem trazer proteção tanto para as organizações, quanto para a comunidade e o meio ambiente.
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Referências:
BROADRIBB, M. P. What Have We Really Learned? Twenty Five Years after Piper Alpha. Process Safety Progress2, v. 34, n. 1, p. 16–23, 2014. Elsevier B.V.
CROWL, D. A.; A., C. PROCESS SAFETY : FUNDAMENTALS WITH APPLICATIONS / D.; CROWL, J. F. L. —3R. ED.; CM, P. Chemical Process Safety Fundamentals with Applications. 2011.
ZHOU, J.; Petri net modeling for the emergency response to chemical accidents. Journal of Loss Prevention in the Process Industries, 26(4), 766–770. (2013).