Como sabemos, Acidentes Industriais Maiores (ou Ampliados) são aqueles que em virtude da sua ocorrência podem trazer danos as pessoas, patrimônio, meio ambiente, além de grandes prejuízos a continuidade operacional e a imagem da empresas. Podemos citar como exemplos desses acidentes, os incêndios, explosões ou grandes vazamentos. Todos esses acidentes, devido principalmente aos efeitos de sobrepressão e radiação térmica que apresentam, podem causar novos eventos ainda mais graves do que o cenário inicial. Dessa forma o efeito dominó se explica. Abaixo segue uma vídeo didático mostrando esse efeito:

Sendo assim, baseados nesses tipos de acidentes, pesquisadores espanhóis e iranianos através artigo intitulado “The significance of domino effect in chemical accidents”, publicado no “Journal of Loss Prevention in the Process Industries” buscaram um melhor entendimento sobre quais os principais mecanismos que geram esses tipos de acidentes. Foram analisados 330 acidentes industriais com características de Efeito Dominó ocorridos entre os anos de 1961 e 2013. As informações foram agrupadas e abaixo segue alguns dados relevantes:

  • Em 83% dos casos houve o envolvimento de substâncias inflamáveis como GLP, Gasolina e Nafta, em unidades de armazenamento ou plantas de processamento.
  • Entre os eventos iniciadores do Efeito Dominó, 53% começaram após uma explosão e 47% após incêndio.
  • Entre os eventos secundários, 58% geraram incêndios, 38% geraram explosões e 4% originaram nuvem tóxica.
  • Sobre as sequências, dos acidentes analisados a grande maioria ocorreu em duas etapas. Apenas 6 ocorreram em três etapas e apenas 1 em quatro etapas.

Bom, sabendo então desses dados o que pode-se fazer para evitar a ocorrência de acidentes com possibilidade de Efeito Dominó? Abaixo ilustramos algumas medidas:

  1. Os projetos devem levar em consideração, os posicionamentos e distâncias dos equipamentos dentro da planta, preconizado pelos estudos de vulnerabilidade para os cenários levantados nas análises de riscos do projeto.
  2. Sistemas de prevenção, como válvulas de alívio de pressão e segurança por exemplo, devem ser projetados, instalados e mantidos adequadamente.
  3. Evitar a ocorrência do evento iniciador e caso ele vem ocorrer, estabelecer medidas de proteção em relação aos equipamentos e instalações adjacentes ao evento ocorrido.
  4. Criar procedimentos para a operação das unidades industriais em caso de emergência, conforme preconizado pela NR 20 – Segurança e Saúde com Inflamáveis e Combustíveis.
  5. Melhoria da Cultura de Segurança dentro da empresa, de modo a estimular a comunicação de desvios que possam causas acidentes.

Veja aqui com mais detalhes o artigo publicado pelos pesquisadores sobre o Efeito Dominó. Esse conteúdo também foi divulgado no meu canal no Youtube. Assista aqui.

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